terça-feira, 12 de julho de 2011

A melhor geração de todas.

 
A melhor geração de todas.
Todo adulto com suas inúmeras características possuí a tradicional mania de comparar a sua infância com a infância das crianças atuais.
Eu achava um porre quando um adulto me dizia que “as crianças de hoje em dia não são como as de antigamente”, freqüentemente nos criticavam pelas brincadeiras que fazíamos e pelas que não fazíamos. Eu nem ligava, só achava a comparação um porre.
Particularmente eu acho que a minha infância foi à melhor do mundo e a melhor de todos os tempos, e quando hoje paro pra criticar meus sobrinhos e seus amiguinhos por “não saberem se divertir” acaba eu me divertindo e penso satisfeito; “Eles devem está achando um porre o que estou dizendo.” Hehe! Que bom!

Mas o que a minha geração viveu foi singular, exclusivo para mim e para a molecada daqueles anos, fomos a geração da transição de divertimento infantil, estou certo que esse fenômeno dificilmente se repetirá.
Digo a geração da transição de divertimento, porque nos agarrávamos a divertimentos antigos e novos, brincávamos de pique esconde e jogávamos vídeo game, assistíamos animes japonês de dia e escutávamos “causos” dos antigos à noite, das mais variadas histórias desde o ET de Varginha, Chupa-cabra como a da Mula sem cabeça e Saci Pererê. Seu Jorge um antigo, jura por tudo que é mais sagrado ter visto um. 

Na minha infância não brincávamos de esconde-esconde como uma mera brincadeira, brincávamos de “pique esconde” quase como um esporte, A expansão da economia brasileira na segunda metade dos anos de 1990 permitiu com que muitas famílias da classe C dessem início as construções civis, era justamente lá, nessas casas em construções ainda no tijolo sendo erguidas que fazíamos o nosso coliseu, no nosso “pique esconde” quem se dava mal era o primeiro a ser achado que ficava a mercê das habilidades do último que poderia salvar o pique, tudo era disputado, era uma brincadeira divertidamente séria, envolvia esforço, estratégia, trabalho e orgulho. 
Jogávamos fliperama nos bares, roubávamos manga no quintal do vizinho, freqüentávamos por horas a fio casas de games com os mais recentes lançamentos, brincávamos de peão, bola de gude e pipa, éramos levados pelos nossos pais ao então recente shopping de Nova Iguaçu, e fazíamos festas juninas de rua (com direito a pé de moleque e tudo)
Não éramos tão diferentes em questão de diversão do play boizinho da zona sul e nem do matuto da roça, éramos a geração da transição do comportamento infantil, éramos os melhores.
Eram freqüentes os cortes, escoriações, joelhos ralados, braços engessados, e vez por outra uma forte gripe, pois o melhor de tudo era tomar banho de chuva. Incomparável. \o/
Minha geração na infância era a geração do meio ambiente e da reciclagem. Jornais? Viravam Maria fumaça ou rabiola pra pipa. Sacolas plásticas? Balãzinho ou pára-quedas para soldadinhos de plásticos. Garrafas de detergentes? Tornavam-se potentes armas quando enchíamos com água e sem misericórdia eliminávamos o inimigo com as potentes rajadas d’água.
Certa vez decidimos todos pedir aos pais para comprar rádios walktalking, como o aparelho era vendido em par quem não tinha condição de comprar era munido pelo do colega, o brinquedo nos acompanhava em quase todas as brincadeiras, foi quando descobrimos acidentalmente que era possível captar freqüências de rádios policiais e aviões, quem conseguisse essa proeza (que era muito difícil) era aclamado como um herói. Nada mais justo.

Ondas como Tazo, Pirocóptero, e a porcaria de um canudinho em que você assoprava e uma bolinha flutuava (esqueci o nome do brinquedo), foram inseridas com louvor nas nossas atividades recreativas, mas nada melhor do que criar a sua própria atiradeira (estilingue).
Galvão Bueno deveria ter narrado pelo menos uma de nossas extraordinárias corridas de chapinhas de refrigerante, e com direito a bandeirada e tudo. Sei que muitos dos meus amigos daquele tempo vão contestar isso, mas eu era indiscutivelmente o melhor.      
Na minha infância quando íamos para festa era pra roubar docinho na mesa do bolo na hora dos parabéns, os mais corajosos e habilidosos gabavam-se do feito, e com toda a razão, pois quem era pego era advertido pela mãe de forma digamos um tanto severa.
Mas aos poucos começamos a reparar que as meninas ficavam bonitinhas arrumadinhas nessas festinhas, estava começando em nós a explosão de hormônios, essa novidade era igualmente bem aceita e totalmente imperceptível e ninguém desconfiou que fosse o fim chegando. Estava acabando o único mundo que conhecíamos.
Aos poucos o ritmo de brincadeiras foi minguando, acabando, mas não de uma hora pra outra, gradativamente, lentamente e inevitavelmente.

Que bom que sobrou às lembranças que me fazem recordar que a minha geração foi a da transição entre as brincadeiras folclóricas e eletrônicas, Eu vi meninas brincando de roda com cantigas e tudo quando já surgiam os primeiros consoles de games à CD, poderia até haver preferência entre as brincadeiras mais todas eram divertidas.
Minha geração foi a melhor.

Compartilho este post com todos de todas as idades, especialmente com quem hoje tem mais de 19 anos e menos de 33.
Foi bom enquanto durou...
Abraços.
Ass: Felipe de Paula Martins 12/08/2011

P.S: Perdoem-me ó meninas de plantão pela perspectiva masculina desta redação, estou certo que pra vocês a infância foi igualmente marcante. Hehe! Bjus!! 

sábado, 2 de abril de 2011

A marcha dos mortos


Sempre fico bastante pensativo quando ouço a música Marcha dos mortos da banda Seminovos que tem a participação do criador de charges Maurício Ricardo. A música fala sobre a corrupção desenfreada que aflige toda a nação Brasileira.
Já se tornou comum no Brasil associar política com desonestidade e isso por si só já bastaria para classificar o quadro como grave, porém, para usar um superlativo, vamos acrescentar que: É fato que a corrupção no Brasil está arraigada em sua história e são esses Senhores corruptos que governam nossa sociedade. Pronto! Agora sim, o quadro é Gravíssimo!

A música é apelativa, porém realista, afirma que por conta da corrupção, incontáveis pessoas chegam à lamentável realidade de perderem a vida considerando o vício infernal dos nossos governantes em desviar dinheiro público que, em muitos casos, está destinado como verba para a melhoria de postos e hospitais públicos. O dinheiro que deveria ser usado na compra de um aparelho que poderia salvar a vida daquela senhora, ou manter a higiene no hospital em que morreu aquele homem por infecção hospitalar.
Mas a política é de fato uma ciência ruim?
 A política é uma ferramenta, o bom ou mau uso depende de quem administra tal ferramenta, o problema é que a corrupção está arraigada na cultura brasileira.
Os primeiros portugueses deram espelhos aos índios em troca de ouro e depois escravizaram os mesmos, a comitiva que chegou ao Brasil com Cabral era formada por sua maioria de condenados da corte portuguesa, é esse o início de nossa civilização, composto de malfeitores que transmitiram seu vírus de desonestidade para a nossa sociedade.

A nossa sociedade é desonesta?
Sim! Hoje tentamos viver em coletividade, mas ocultamente prezamos por conveniente a individualidade. É comum jogar lixo nas ruas, furar a fila do banco, avançar o sinal vermelho, subornar o guarda de trânsito, dá um “cafezinho” para o policial, meter um “gato” na energia elétrica... A sociedade brasileira está imersa na corrupção o seu grau ou tamanho não muda a nomenclatura.
Você comprou um DVD pirata? Corrupto! Comprou um Tênis falsificado? Corrupto! Comprou um diploma? Corrupto! Desviou dinheiro público? CORRUPTO!


Mas nem tudo está perdido!
Nem tudo está perdido. O caminho para mudança está justamente onde a imagem está mais denegrida. No poder. Quando a sociedade parar de achar que política é chato, e horário político é um pé no saco e passar fiscalizar os seus governantes. É obvio que isso exige uma reforma, a começar pelo congresso nacional. Por exemplo: A maioria dos brasileiros não lembram o nome de quem votaram na última eleição a candidato de deputado estadual, federal e até mesmo para Senador, ou seja, há um distanciamento da população em relação ao candidato eleito e isso ocorre porque o nosso sistema eleitoreiro é arcaico.

No sistema atual o eleitor decide o voto a partir de uma lista imensa de candidatos (para o congresso) e o pior pouca gente entende o sistema.



Tomando medidas com a finalidade de aproximar eleitor e eleito, logo, a corrupção gradativamente se tornaria em algo difícil, a fiscalização poderia ter ajuda da internet para informar ao cidadão o que anda fazendo a “Vossa excelência” fulano de tal.
Não existe sociedade perfeita, mas se continuarmos caminhando assim, nossa caminhada não será mais do que uma mera Marcha dos mortos.

Por: Felipe de Paula Martins 01/04/11




terça-feira, 29 de março de 2011

Nostalgia

Nostalgia
Hoje eu despertei, após um sonho, ainda pela madrugada (o céu estava vermelho acredite) com uma sensação estranha, um misto de felicidade, coisas boas e sentimento de perda. Indagador que sou, preferencialmente a coisas relacionadas a humor e estado de espírito, ainda na cama pôs-me a analisar o motivo de tão confuso sentimento.
Eu estava sonhando viver um momento de minha vida que há tempos deixou ser, mas a intensidade de sonhar é tão forte que a utopia logo se confunde com a realidade por mais absurda que seja. O sonho era confuso eram misturados fatos com impossibilidades e pessoas que já partiram, mas foi o suficiente para deixar as lembranças daquela época tão frescas como se eu as tivesse vivendo atualmente. Perdi imediatamente o sono.
Deveras. As lembranças quando assaltam sua mente são capazes de te lançar em uma espécie de limbo, um êxtase, surge recordações de pessoas que hoje estão distantes, músicas que já não tocam mais com tanta freqüência, e o pior, quanto mais bonita, divertida e especial é a recordação, mais forte se torna o sentimento de perda, pois você claramente sabe que aquele tempo jamais retornará.
Mas se são lembranças boas, porque esse sentimento horrível de perda? Eis a questão que surgiu na minha mente, e novamente, eu o indagador fui à procura da resposta.
Percebi que nem todas as lembranças eram fatos relevantes, desta forma tornou-se relativamente fácil compreender que o que causava todo aquele sentimento forte e confuso era o desejo de revivê-lo. A felicidade era gerada pelos momentos importantes vividos, a tristeza por sua vez vinha pela compreensão de que tudo aquilo não tornará mais a existir. Daí implacavelmente surge à vontade de trazer a existência tudo aquilo de novo, por um instante esquecemos (ou não sabemos) que o que vivemos hoje certamente causará o mesmo efeito de nostalgia amanhã. Nada importa, parece que a dor somente passará se de alguma forma pudermos trazer estas lembranças de volta a realidade.
É quando por fim traçamos um paralelo com o tempo jazido em nossas lembranças e a intrépida realidade. Tratamos imediatamente de analisar: Como estão as pessoas daquela época nos dias de hoje? E os lugares freqüentados? E as músicas, as gírias as brincadeiras... Passou. As pessoas mudaram, as músicas saíram das paradas de sucessos, a gírias se tornaram antiquadas e a mais pura verdade é que tudo isso já não existe mais.
Até mesmo as pessoas, em relação a elas você gostaria francamente (e desnecessariamente) que tudo voltasse a ser como antes. Porém, a realidade é que, até mesmo estas pessoas que habitam suas lembranças não existem mais. Pode ainda ser uma amiga próxima, ou aquele amigo que se casou e está distante, não importa. Da forma como estão nas suas lembranças, eles não são mais e não há nada que você possa fazer.
Daí surge à explicação do porque desse sentimento tão misto e confuso, onde você não sabe se está feliz ou triste, apenas sabe que está emotivo.
Assim tive que concluir toda a minha análise com uma auto-recomendação totalmente respaldada pela lógica, e concluí que isso é um ciclo vicioso e episódios que vivo hoje, sejam eles bons ou ruins, certamente me lançaram no futuro em um profundo sentimento de nostalgia, e quando no futuro eu novamente acordar pela madrugada depois de um sonho confuso vou descobrir que até mesmo eu já não sou mais a mesma pessoa.  

Felipe de Paula Martins. 29/03/2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

14 Dias

14 DIAS
Hoje o dia amanheceu cinza, a fina chuva molestava o meu ânimo dilacerado, já se completava duas semanas de tortura relacionada à uma dúvida que vez por outra apresentava-se como uma certeza heróica pronta a justificar o meu indefeso e frágil sentimento indeciso, se eu pudesse o deixava no meu colchão junto com a minha indisposição de olhar mais um dia na cara da vida e contentar-me por saber pouco de sua expressão colérica e iracunda, na verdade o que eu queria era expulsar toda essa fragilidade do meu aquecido leito e do meu riquíssimo mundo abstrato e lá ficar, vegetar e somente cogitar coisas utópicas criadas por mim do jeito que me agrada com o enredo escrito pelos meus neurônios na folha da minha vida, porém horrível coisa é, ser anfitrião de uma realidade irreversível que teima em visitar-me intercaladamente, me fez olhar pela janela e saber que não há escolha.
Eu pensava em você obviamente, com uma gigantesca cautela não queria mais te amar, eu tenho uma profunda aversão da falta de controle sentimental e simplesmente odeio o acontecer da existência contra a minha vontade, Por que a dissertação da vida não é do jeito por mim quisto? Sinto a vida escorre-me entre os dedos, os enjôos seguidos de vômitos esta manhã não foram pouco irritantes, não quero morrer aos poucos prefiro as coisas mais expressivas, a alma constantemente suplicava a Deus forças, porque havia decidido não amar-te mais, “falta um dia” concientizava-me “apenas um dia” por que simplesmente eu não poderia ficar no meu leito, aquecido pelo calor do meu corpo durante a noite e jazer lá eternamente? Porem o implacável relógio zombava de mim e da minha cogitação de um possível ócio terapêutico espetando a minha consciência de que o labor cotidiano estava a minha espera. Se eu fosse Judeu ortodoxo talvez fosse possível em observância ao sabath, por que o Senhor descansou no sétimo dia.
Porém eu já estava no décimo - quarto e não havia descansado nem um segundo da fatigante e exaustiva construção do que seria a grande vitória ou a estúpida idiotice da minha vida, tudo isso me encaminhava a um suave e doce desespero que por uma interna e ousada rebelião decretei: “Não irei trabalhar!” Fui Trabalhar.
Parecia que eu carregava uma galáxia como jugo e que a toda hora irritantes supernovas explodiam nas minhas costas, tentei mergulhar nas páginas de um livro na condução, mas, contudo me fugiu toda a concentração, eu estava completamente distraído para ler, ocupado em  me convencer de que a melhor coisa era romper o nosso fabuloso namoro. Faltavam 5 para as 9, eu ainda estava tentando programar o meu dia, não sei o que era mais enjoativo; meu estômago vazio e sem fome ou saber que mesmo com uma guerra universal interna, teria de ficar próximo ao meu insuportável patrão por 4 longas e eternas horas, o mais sufocante era respirar a inconstância das minhas decisões, um pecado imperdoável, uma afronta, um ultraje ao meu orgulho, uma ameaça ao meu ego, “não importa a dor da separação, isso tem de ser feito” ressoava de  forma monárquica dentro de mim “você é um homem ou um rato?” E assim novamente encontrava os aliviantes mil motivos para não mais continuar o mais perfeito e defeituoso relacionamento.
Passou do horário de fechar a loja, após 35 minutos decidir vir embora, meu patrão engoliu um soluço enquanto atendia um insuportável cliente, gaguejou um sim, ocultou uma ofensa na mente, não gostou. Vim-me embora. “Que se dane! Vou terminar meu namoro e vou dar um jeito de sair daqui com algum dinheiro, e devorar os livros que possuo e me devotar serenamente aos estudos!”
Minha vida toda é um plano engenhosamente arquitetado por Deus eu acredito, mas não suporto mudanças “por que as coisas não são do jeito que eu quero?” Mas eu encontro nas novidades dos livros um refúgio dessa impiedosa dor, é como se fosse uma droga que me tira da realidade e infalivelmente me lança nos sonhos inverossímil e surreal.
O relógio denunciava cerca de 10 para às 15h quando cheguei ao centro de Queimados e eu vi aquele trem chegando como se comigo tivesse marcado um encontro, quis ir embora, nunca havia encontrado você assim, mas parece que um anjo virou novamente minha atenção para aquele opaca estação de trem, naqueles eternos minutos pude lembrar do passado de contos de fada e enfrentar o presente como uma tragédia de Shakespeare, quase não percebi o frio alucinante na minha espinha, por admirar o inaudito ocorrido em 2 anos de namoro, apenas coisas semelhantes ocorreram, depois de formar conselho com os membros do meu intelecto decidi ir até você, subi a escadaria como um infrator da lei fugindo de alguma autoridade policial, quando me aproximei, percebi o quanto estava magra e pálida à dias, 14 para ser mais exato, que você não se alimentava adequadamente, meu maior medo se resumiu no que eu já temia, eu ainda te amava, não havia fugido o sentimento puro e nem o desejo nunca saciado, mas eu precisava ser firme, nossas palavras eram secas e recheadas de questionamento e sofrimento, não queríamos romper, definitivamente não,  mas não havia escolha já era o 14° dia.
Os poucos metros até sua casa parecia uma imensa jornada, uma fantástica odisséia macabra, uma verdadeira via crucís e eu o imaculado cordeiro sem culpa pronto para ser sacrificado pelas suas doces e suaves mãos de carrasco, seus olhos lacrimejantes era uma tortura, algo totalmente vertiginoso.
Ao adentrar ao seu lar, lembrei-me fortuitamente de 14 dias atrás, a sensação creio não ter sido diferente a de Einstein com a notícia dos 200.00 mortos em Hiroshima derivada de uma penosa equação, na minha equação mental o resultado já quase exato, pensava; o resultado poderia ser diferente, sim poderia.
No fundo eu queria ter agido como Galileu diante de Urbano XIII e me robusteceria de fraqueza, uma fraqueza excelente e cairia de joelhos implorando-lhe um fim à esse maldito sofrimento, logo em seguida com um forte ímpeto lhe abordaria violentamente e saciaria a minha sede de te beijar loucamente, sem ego, sem orgulho, mas... Já era tarde.
O último abraço foi uma espécie de ritual cabalístico, não houve beijo como na última vez em que iríamos romper nosso desventuroso amor, eu queria ocultamente voltar atrás de tudo, você estava decidida, não havia maneira de eu não corroborar com você e você chorou e disse que ainda me amava, eu sabia que aquilo parecia um suicídio, mas o rompimento era além de cruel, imprescindível.
Seu pai não se conformou, para o meu espanto, não quis dar por morto o que nós sepultamos um irrelevante amor? Certamente bem mais profundo do que os conceitos mesquinhos de sentimentos que me foram apresentados
Nosso amor era bem mais forte do que você e eu juntos, quando ao fim de tudo eu vim-me embora, senti um alívio intrépido e extasiante, em meus olhos enxutos as lágrimas pareciam ter-se estagnado em minha alma totalmente congruente com aquele céu prata-fosco, opaco e sem vida e aquela enjoativa chuva fina que me transportava a um cenário medieval, a rua deserta (Ou eu não vi mais ninguém) parecia que quase por pena abria passagem para o meu lar, e no meu complexo mundo abstrato eu somente implorava “Eu quero ir para a minha casa.”
Foram 14 dias com certeza da dúvida e duvidando a certeza, o silêncio entre nós nesse espaço de tempo era ensurdecedor, resta em mim agora uma vontade extrema de me desenvolver em tudo.
É incalculável o conhecimento e a experiência obtida nisto tudo, já são 01h02min de domingo, era pra ser hoje o que foi ontem, estou a mercê da vontade erudita do todo-poderoso, tomara que minhas imperfeições volíqueas não abordem negativamente este conceito.

O sofrimento de hoje é facilmente esquecido com o sucesso de amanhã.

Escrito em 15/03/08

Felipe de Paula Martins