A sociedade atual costuma-se valer de suas características
de civilidade, em detrimento das características civis de outros tempos,
principalmente no que tange a ausência de democracia, para que por meio de um
discurso otimista se auto enquadre num perfil idealístico de coletividade.
Desenvolvemos e aperfeiçoamos, portanto, mais especificamente no período pós
revolução francesa, nosso senso do direito alheio e principalmente os conceitos
de igualdade, liberdade e fraternidade.
Tendo por base tal nível de consciência moral, é possível
deveras, em uma observação superficial, a afirmação que tal sociedade, devido à
profundidade da reflexão social, desfrute da prática de um convívio ideal,
longe de mazelas passadas como, por exemplo, a barbárie, o individualismo, a
violência e a quebra de leis.
Entretanto, numa observação que exceda a superficialidade, e
que se permita compreender fatores interligados, ficará satisfatoriamente clara
a obtenção de respostas que satisfaçam questões a respeito da violência em nossa
sociedade que desfruta de regras e leis severamente precisas. Nesta observação,
o analista observará que não deve-se tratar a segurança de modo isolado à
outras questões em nossa sociedade. A incapacidade da resolução de outros
problemas faz com que o problema da segurança e violência seja apenas mais um
no ciclo interligado das falhas sociais da civilização atual.
É possível observar neste ciclo, diversos itens que se auto-sustentem,
segue o exemplo da má distribuição de renda, da péssima qualidade de vida, a
dificuldade de acesso à educação de qualidade, a impunidade, o mau exemplo dos
líderes, e principalmente a ganância do homem e seu sentimento individualista.
O problema da segurança no Brasil e na civilização moderna
não poderá de maneira alguma ser sanado de forma isolada, pois, trata-se apenas
de uma vertente de um macro problema que impede o ser humano de confiar nas
diretrizes sociais e o faz migrar para o barbarismo, quando a sua segurança era
satisfeita de forma individual, refiro-me a todo tipo de segurança, como a
segurança, física, alimentar, educacional, sentimental, financeira, religiosa
dentre diversas outras.
Cabe a sociedade trilhar o árduo caminho da busca
destas soluções que certamente trata-se da compreensão metódica destas mazelas
e de uma aplicação estratégica para a obtenção de resultados duradouros, não
obstante, cabe ao indivíduo compreender que o comportamento individual confere
graus de violência para o individuo alheio, desde a mínima contravenção até os
mais terríveis casos de homicídios e corrupção. E se conscientizar que este
sentimento individual é o principal ator antagonista na busca de uma sociedade
mais justa, que visa toda a intenção de sincera coletividade.